sábado, 30 de março de 2013

sexta-feira, 29 de março de 2013

segunda-feira, 18 de março de 2013

[NOTÍCIAS DIVERSAS] ADIAMENTE EDITAIS CULTURAIS 2013 IACC



A Secretaria da Cultura do Estado do Ceará 4 informa que a 1ª (primeira) fase de seleção – pré-qualificação - dos Editais Culturais 2013 do Instituto de Arte e Cultura do Ceará (IACC) foi estendida até o dia 28 de março do corrente ano. A decisão foi tomada em virtude da grande quantidade de projetos que apresentaram pendências documentais. A lista dos projetos com pendências será publicada no próximo dia 20 de março, no site www.dragaodomar.org.br. De acordo com previsão dos próprios Editais (item 8.1.3), o IACC convoca até o dia 27 de Março, a título de diligência, os proponentes dos projetos com pendências para sanar as divergências verificadas. Em razão da prorrogação do prazo acima, o calendário para os Editais Culturais 2013 passa a ser o seguinte:

até 27 de março – Prazo para Resposta das Diligências

28 de março – Final da Fase de Pré-qualificação 

01 a 12 de abril - Análise dos projetos pela Comissão Julgadora

15 de abril – Divulgação do Resultado

Em caso de dúvidas, os interessados devem entrar em contato com a Diretoria de Ação Cultural pessoalmente, via telefone 3488.8608, de segunda a sexta-feira, de 10:00 às 18:00, ou no endereço eletrônico: editaisculturais@dragaodomar.org.br.

[NOTÍCIAS DIVERSAS] ÓPERA, VIRTUOSISMO E VERDI



O bicentenário do compositor italiano Giuseppe Verdi será lembrado pela soprano Tatiana Vanderlei no concerto “Homenagem a Verdi – 200 anos”, em única apresentação no dia 23 (sábado), às 19h30, no Theatro José de Alencar. A soprano brasileira, que desde 2005 reside na Itália, sobe ao palco principal do TJA com o pianista Vitor Duarte e a participação de Antônio Carlos (contratenor) e Daniel Sombra (tenor).

O programa terá duas partes: A primeira é dedicada aos vários compositores de ópera que usaram o virtuosismo vocal como meio de expressão musical: W. A. Mozart, A. Vivaldi, J. Offenbach e Leo Delibes. A segunda parte será dedicada a Verdi com a interpretação de: Saper vorreste - Un Ballo in Maschera; Non t'accostare all'urna - 6 Romanze 1838 - No. 1; Sul fil d’un soffio etesio – Falstaff; Ah la paterna mano – Macbeth; Sempre libera - La Traviata.

Giuseppe Fortunino Francesco Verdi (10.10.1813 – 27.01.1901) é considerado um dos compositores mais influentes do século XIX. Entre suas óperas: Macbeth, Il Corsaro, La Traviata, Aida eOtello.

Programa do Concerto

Primeira Parte

1. O zittre nicht - A Flauta Mágica - W. A. Mozart

2. Nel profondo cieco mondo - Orlando furioso - A. Vivaldi

3. Les oiseaux dans la charmille - Os contos de Hoffmann - J. Offenbach

4. Un’aura amorosa - Così fan tutti - W. A. Mozart

5. Ouvà la jeune indoue - Lakmè - Leo Delibes

6. Son reo; l'error confesso - Mitridate, re di Ponto - W. A. Mozart

Intervalo

Segunda Parte – Tutto Verdi

1. Saper vorreste - Un Ballo in Maschera

2. Non t'accostare all'urna - 6 Romanze 1838 - No. 1

3. Sul fil d’un soffio etesio - Falstaff

4. Ah la paterna mano - Macbeth

5. Sempre libera - La Traviata

MAIS CONCERTO EM MARÇO

Na última semana de março, dia 28 (quinta-feira), a Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho (Orcec), apresenta no palco principal do TJA o concerto Série Oficial, com o maestro convidado Richard Rosenberg (EUA) e Sérgio Monteiro (solista convidado).Será às 19h30 com acesso será gratuito.

PARA CONHECER O TJA

Teatro-monumento inaugurado em 1910, o Theatro José de Alencar tem uma porgramação de Visita Guada de terça a domingo, voltada para público de todas as idades. São 40 horários para percorrer o TJA com um guia que apresenta o 'mais exuberante exemplar da arquitetura de ferro no Brasil', como é citado por estudiosos da área, incluindo bastidores e rotinas de usos e ocupações. A Visita Guiada é um percurso que varia de acordo com a programação do teatro centenário. Aos domingos e feriados é realizada a Visita Guiada ao Jardim do TJA, projetodo pelo paisagista Roberto Burle Marx.

SERVIÇOS

Concerto Homenagem a Verdi – 200 anos – Dia 23 de março (sábado), às 19h30, no Theatro José de Alencar (palco principal. 750 lugares. Com a soprano Tatiana Vanderlei, Antonio Carlos (contratenor), Daniel Sombra (tenor) e Vitor Duarte (piano). Rua Liberato Barroso, 525, Praça José de Alencar, Centro, Fortaleza. Tel: (85)3101.2583. Ingresso: R$: 25,00 e R$: 12,50 (meia). Livre para todas as idades.

Concertos Série Oficial – Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho - Dia 28 (quinta), às 19h30 no Theatro José de Alencar (palco principal). Com Richard Rosenberg (maestro convidado – EUA) e Sérgio Monteiro (solista convidado). Grátis. Livre para todas as idades.

Visita Guiada ao TJA - Terça a sexta: 9h, 10h, 11h, 12h + 14h, 15h, 16h, 17h. Sábados, domingos e feriados: 14h, 15h, 16h, 17h. R$ 2 e 4. Grátis todo dia 17 e todo último domingo do mês. Grátis sob prévio agendamento para escolas públicas e projetos sociais: (85)3101.2567 e 3101.2568.

Visita Guiada ao Jardim do TJA - Domingos e feriados: 14h, 15h, 16h, 17h. R$ 2 e 4. Grátis todo último domingo do mês.

Rua Confúcio Pamplona, 340 - Benfica 
Fortaleza-CE. CEP: 60.015-390
(+55 85) 3252-5401 / 8699-1783 
t: @degage_imprensa / f: degageassessoria

[NOTÍCIAS DIVERSAS] PROJETO PRA VER A BANDA 2013




A Secretaria da Cultura do Estado do Ceará informa que o Projeto Pra Ver a Banda, do Sistema Estadual de Bandas de Música (SEBAM/CE) inicia incrições para Concertos 2013. O “Pra Ver a Banda”acontece sempre aos domingos, em meses alternados, no espaço Rogaciano Leite, às 19h.
As bandas de música interessadas deverão encaminhar email parasistemadebandas@secult.ce.gov.br, até 29 de Março de 2013, definindo o mês e o dia que almejam se apresentar. Vale ressaltar, havendo duas solicitações para o mesmo dia, será oficializada aquela que encaminhou primeiro o seu pedido.
Neste pedido deverão conter os seguintes dados da banda de música:
Nome da Banda;
Cidade da Banda;
Telefone de Contato fixo e celular do maestro e responsável;
Número de componentes;
Repertório a ser executado;
Fotos
Breve Curriculum

Calendário Pra Ver a Banda 2013 – Datas Disponíveis
Maio: Dias 5, 12, 19 e 26
Julho: Dias 1, 14, 21, e 28
Setembro: Dias 1, 8, 15, 22 e 29
Novembro: Dias 3, 10, 17 e 24

O Sistema Estadual de Bandas de Música (SEBAM/CE) visa sistematizar e programar políticas de integração e incentivo as bandas de música de todo o Estado, com diretrizes estabelecidas de forma democrática e participativa por estas instituições, conforme Lei n.º 13.605 de 28 de junho de 2005.
Contato
(85) 31016738

fonte: Secult-CE

sábado, 16 de março de 2013

sexta-feira, 15 de março de 2013

[ARTIGOS] A MÚSICA E O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA


                                   A MÚSICA E O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
                                                         Monique Andries Nogueira1

Resumo: Este artigo trata de questões que relacionam a música ao desenvolvimento da criança. Inicialmente, esclarece-se que o conceito de desenvolvimento é entendido de forma ampla, abarcando não apenas o aspecto cognitivo, mas também os aspectos afetivo e social da criança. A seguir, são apresentadas reflexões a respeito do papel da música na educação infantil. Como conclusão, busca-se encaminhar sugestões aos pais e adultos envolvidos com a educação de crianças, objetivando oferecer subsídios para a viabilização de um contato prazeroso, formativo e saudável da criança com a linguagem musical.
Palavras-chave: música; criança; desenvolvimento infantil.

            A presença da música na vida dos seres humanos é incontestável. Ela tem acompanhado a história da humanidade, ao longo dos tempos, exercendo as mais diferentes funções. Está presente em todas as regiões do globo, em todas as culturas, em todas as épocas: ou seja, a música é uma linguagem universal, que ultrapassa as barreiras do tempo e do espaço.
            Entretanto, a forma pela qual a música, como linguagem, acontece no seio dos diferentes grupos sociais é bastante diversificada. A música que é vivenciada em uma cerimônia do Quarup, no Parque do Xingu, por exemplo, tem um caráter bastante diverso da música que colocamos no CD player do nosso carro; o mantra entoado em um templo budista, por sua vez, não apresenta a mesma função de um canto de lavadeiras do Rio São Francisco. Apesar dessas diferentes funções, em todas essas situações e em muitas outras, a música acompanha os seres humanos em praticamente todos os momentos de sua trajetória neste planeta. E, particularmente nos tempos atuais, deve ser vista como uma das mais importantes formas de comunicação: segundo o pedagogo Snyders (1992), nunca uma geração viveu tão intensamente a música como as atuais.
            É exatamente para falarmos de uma das facetas dessa intensa relação que trata o texto. Será abordada, particularmente, a relação que se dá entre a música, entendida como prática e vivência, e o desenvolvimento da criança.
Inicialmente é preciso esclarecer nosso conceito de desenvolvimento. Desenvolvimento, segundo o dicionário Houaiss, é um termo que apresenta muitas acepções. Escolhemos algumas delas: “aumento de qualidades morais, psicológicas, intelectuais etc”, “crescimento, progresso, adiantamento” (HOUAISS, 2002, p. 989). No entanto, há uma tendência, em nossa civilização, de se concentrar a idéia de desenvolvimento da criança nos aspectos cognitivos, isto é, no que diz respeito ao aprendizado intelectual. É uma tendência natural em uma civilização tão competitiva e tecnicista. Em função disso, muito se tem falado a respeito do papel da música na melhoria do rendimento acadêmico de estudantes.
             Nossa opção, contudo, vai pela contramão desta tendência. Entendemos que o processo de crescimento de uma criança está muito além apenas de seus aspectos físicos ou intelectuais; esse processo envolve outras questões, certamente tão complexas quanto às da maturação biológica. Dessa forma, optamos por trabalhar a idéia de desenvolvimento infantil a partir de uma abordagem mais ampla, abarcando também seus aspectos de amadurecimento afetivo e social, sem deixar de lado, obviamente, o aspecto cognitivo.
É importante fazer uma ressalva que toda criança está imersa em um caldo cultural, que é formado não só pela sua família, mas também por todo o grupo social no qual ela cresce.  Nesse sentido, a forma como a música influencia o desenvolvimento de uma criança carajá, por exemplo, é muito diferente da forma como isso se dá com uma criança branca; da mesma forma, uma criança de classe média alta, que freqüenta ambientes nos quais a música é praticada de forma intensa, apresenta características bem diversas de uma criança que se vê vítima da exploração do trabalho infantil.
 Obviamente nosso foco não será o de uma criança especial, de algum grupo social específico. Nossas observações levarão em consideração as pesquisas feitas na área que, na sua grande maioria tiverem como sujeitos crianças ocidentais, escolarizadas, de inteligência dita normal. Ainda que não concordemos com a idéia de um modelo de criança universal, entendemos que estas pesquisas, guardadas as devidas proporções, podem nos elucidar em muitos aspectos.
Nesse sentido, entendemos que as reflexões a serem apresentadas neste artigo, a partir de um referencial específico, podem nos auxiliar a compreendermos melhor a relação criança-música-desenvolvimento, ressaltando que as particularidades de cada grupo social merecem ser investigadas com afinco, em outros momentos, por outros autores.

A música e o desenvolvimento cognitivo da criança

            Inúmeras pesquisas, desenvolvidas em diferentes países e em diferentes épocas, particularmente nas décadas finais do século XX, confirmam que a influência da música no desenvolvimento da criança é incontestável. Algumas delas demonstraram que o bebê, ainda no útero materno, desenvolve reações a estímulos sonoros.
            Schlaug, da Escola de Medicina de Harvard (EUA), e Gaser, da Universidade de Jena (Alemanha), revelaram que, ao comparar cérebros de músicos e não músicos, os do primeiro grupo apresentavam maior quantidade de massa cinzenta, particularmente nas regiões responsáveis pela audição, visão e controle motor (apud SHARON, 2000). Segundo esses autores, tocar um instrumento exige muito da audição e da motricidade fina das pessoas. O que estes autores perceberam, e vem ao encontro de muitos outros estudos e experimentos, é que a prática musical faz com que o cérebro funcione “em rede”: o indivíduo, ao ler determinado sinal na partitura, necessita passar essa informação (visual) ao cérebro; este, por sua vez, transmitirá à mão o movimento necessário (tato); ao final disso, o ouvido acusará se o movimento feito foi o correto (audição). Além disso, os instrumentistas apresentam muito mais coordenação na mão não dominante do que pessoas comuns. Segundo Gaser, o efeito do treinamento musical no cérebro é semelhante ao da prática de um esporte nos músculos. Será por isso que Platão já afirmava, há tantos séculos, que a música é a ginástica da alma?
Outros estudos apontam também que, mesmo se o contato com a música for feito por apreciação, isto é, não tocando um instrumento, mas simplesmente ouvindo com atenção e propriedade (percebendo as nuances, entendendo a forma da composição), os estímulos cerebrais também são bastante intensos.
Ao mesmo tempo que a música possibilita essa diversidade de estímulos, ela, por seu caráter relaxante, pode estimular a absorção de informações, isto é, a aprendizagem. Losavov, cientista búlgaro, desenvolveu uma pesquisa na qual observou grupos de crianças em situação de aprendizagem, e a um deles foi oferecida música clássica, em andamento lento, enquanto estavam tendo aulas. O resultado foi uma grande diferença, favorável ao grupo que ouviu música. A explicação do pesquisador é que ouvindo música clássica, lenta, a pessoa passa do nível alfa (alerta) para o nível beta (relaxados, mas atentos); baixando a ciclagem cerebral, aumentam as atividades dos neurônios e as sinapses tornam-se mais rápidas, facilitando a concentração e a aprendizagem (apud OSTRANDER e SCHOEDER, 1978).
            Outra linha de estudos aponta a proximidade entre a música e o raciocínio lógico-matemático. Segundo Schaw, Irvine e Rauscher (apud CAVALCANTE, 2004) pesquisadores da Universidade de Wisconsin, alunos que receberam aulas de música apresentavam resultados de 15 a 41% superiores em testes de proporções e frações do que os de outras crianças. Em outra investigação, Schaw verificou que alunos de 2a. série que faziam aulas de piano duas vezes por semana, apresentaram desempenho superior em matemática aos alunos de 4 ª série que não estudavam música.
            Enfim, o que se pode concluir a esse respeito é que efetivamente a prática de música, seja pelo aprendizado de um instrumento, seja pela apreciação ativa, potencializa a aprendizagem cognitiva, particularmente no campo do raciocínio lógico, da memória, do espaço e do raciocínio abstrato.

A música e o desenvolvimento afetivo

            Um outro campo de desenvolvimento é o que lida com a afetividade humana. Muitas vezes menosprezado por nossa sociedade tecnicista, é nele que os efeitos da prática musical se mostram mais claros, independendo de pesquisas e experimentos. Todos nós que lidamos com crianças percebemos isso. O que tem mudado é que agora estes efeitos têm sido estudados cientificamente também.
            Em pesquisa realizada na Universidade de Toronto, Sandra Trehub (apud CAVALCANTE, 2004) comprovou algo que muitos pais e educadores já imaginavam: os bebês tendem a permanecer mais calmos quando expostos a uma melodia serena e, dependendo da aceleração do andamento da música, ficam mais alertas.
            Nossas avós também já sabiam que colocar um bebê do lado esquerdo, junto ao peito, o deixa mais calmo. A explicação científica é que nessa posição ele sente as batidas do coração de quem o está segurando, o que remete ao que ele ouvia ainda no útero, isto é, o coração da mãe. Além disso, a eficácia das canções de ninar é prova de que música e afeto se unem em uma mágica alquimia para a criança. Muitas vezes, mesmo já adultos, nossas melhores lembranças de situação de acolhimento e carinho dizem respeito às nossas memórias musicais. Já presenciamos vivências em grupos de professores que, a princípio, não apresentavam memórias de sua primeira infância. Ao ouvirem certos acalantos, contudo, emocionaram-se e passaram a relatar situações acontecidas há muito tempo, depois confirmadas por suas mães.
            Por todas essas razões, a linguagem musical tem sido apontada como uma das áreas de conhecimentos mais importantes a serem trabalhadas na Educação Infantil, ao lado da linguagem oral e escrita, do movimento, das artes visuais, da matemática e das ciências humanas e naturais. Em países com mais tradição que o Brasil no campo da educação da criança pequena, a música recebe destaque nos currículos, como é o caso do Japão e dos países nórdicos. Nesses países, o educador tem, na sua graduação profissional, um espaço considerável dedicado à sua formação musical, inclusive com a prática de um instrumento, além do aprendizado de um grande número de canções. Este é, por sinal, um grande entrave para nós: o espaço destinado à música em grande parte dos currículos de formação de professores é ainda incipiente, quando existe. É preciso investir significativamente na formação estética (e musical, particularmente) de nossos professores, se realmente quisermos obter melhores resultados na educação básica.
            Ainda abordando os efeitos da música no campo afetivo, estudos recentes ampliam ainda mais nosso conhecimento a respeito. Zatorre, da Universidade de McGill (Canadá) e Blood, do Massachusetts General Hospital (EUA), desenvolveram uma pesquisa que buscou analisar os efeitos no cérebro de pessoas que ouviam músicas, as quais segundo as mesmas lhes causavam profunda emoção. Verificou-se que ao ouvir estas músicas, as pessoas acionaram exatamente as mesmas partes do cérebro que têm relação com estados de euforia. Segundo esses autores, isso confere à música uma grande relevância biológica, relacionando-a aos circuitos cerebrais ligados ao prazer (2001).
Há também inúmeras experiências na área de saúde, trabalhos em hospitais que utilizam a música como elemento fundamental para o controle da ansiedade dos pacientes. A origem deste trabalho remonta à 2a. Guerra Mundial, quando músicos foram contratados para auxiliar na recuperação de veteranos de guerra por hospitais norte-americanos. Pode-se afirmar que esse foi um grande impulso para a área de musicoterapia, hoje com reconhecimento acadêmico consolidado. É cada vez mais comum a presença da música nestes locais, seja para diminuir a sensação de dor em pacientes depois de uma cirurgia, junto a mulheres em trabalho de parto (para estimular as contrações) ou na estimulação de pacientes com dano cerebral. Nesse sentido, não é exagero afirmar que os efeitos da música sobre os sentimentos humanos estão, cada vez mais, migrando da sabedoria popular para o reconhecimento científico.

A música e o desenvolvimento social da criança

            A música também traz efeitos muito significativos no campo da maturação social da criança. É por meio do repertório musical que nos iniciamos como membros de determinado grupo social. Por exemplo: os acalantos ouvidos por um bebê no Brasil não são os mesmos ouvidos por um bebê nascido na Islândia; da mesma forma, as brincadeiras, as adivinhas, as canções, as parlendas que dizem respeito à nossa realidade nos inserem na nossa cultura.
            Além disso, a música também é importante do ponto de vista da maturação individual, isto é, do aprendizado das regras sociais por parte da criança. Quando uma criança brinca de roda, por exemplo, ela tem a oportunidade de vivenciar, de forma lúdica,  situações de perda, de escolha, de decepção, de dúvida, de afirmação. Fanny Abramovich, em memorável artigo, afirma:
Ò ciranda –cirandinha, vamos todos cirandar, uma volta, meia volta, volta e meia vamos dar, quem não se lembra de quando era pequenino, de ter dados as mãos pra muitas outras crianças, ter formado uma imensa roda e ter brincado, cantado e dançado por horas? Quem pode esquecer a hora do recreio na escola, do chamado da turma da rua ou do prédio, pra cantarolar a Teresinha de Jesus, aquela que de uma queda foi ao chão e que acudiram três cavalheiros, todos eles com chapéu na mão? E a briga pra saber quem seria o pai, o irmão e o terceiro, aquele pra quem a disputada e amada Teresinha daria, afinal, a sua mão? E aquela emoção gostosa, aquele arrepio que dava em todos, quando no centro da roda, a menina cantava: “sozinha eu não fico, nem hei de ficar, porque quero o ...(Sérgio? Paulo? Fernando? Alfredo?) para ser meu par”. E aí, apontando o eleito, ele vinha ao meio pra dançar junto com aquela que o havia escolhido... Quanta declaração de amor, quanto ciuminho, quanta inveja, passava na cabeça de todos.
(1985, p. 59).
Essas cantigas e muitas outras que nos foram transmitidas oralmente, através de inúmeras gerações, são formas inteligentes que a sabedoria humana inventou para nos prepararmos para a vida adulta. Tratam de temas tão complexos e belos, falam de amor, de disputa, de trabalho, de tristezas e de tudo que a criança enfrentará no futuro, queiram seus pais ou não. São experiências de vida que nem o mais sofisticado brinquedo eletrônico pode proporcionar.
Mais tarde, já às voltas com as dores e as delícias do adolescer, ainda uma vez a música tem papel de destaque. Sem sombra de dúvida, a música é uma das formas de comunicação mais presente na vida dos jovens. Inúmeras vezes, é por meio da canção que temáticas importantes na inserção social desse jovem, não mais como criança, mas agora como preparação para a vida adulta, lhe são apresentadas. Como exemplo, temos os videoclipes que apresentam a jovens de classe média a dura realidade do racismo, da vida nas periferias urbanas e que podem ser utilizados por pais e educadores como forma de estabelecer um diálogo, uma porta para a construção da consciência cívica.
            À guisa de conclusão, faremos agora uma breve reflexão sobre como podem os pais e adultos que se incumbem da educação de crianças agir em relação à sua formação musical. Comecemos, portanto, do útero. Como já foi dito, fetos reagem a estímulos sonoros externos e, portanto, deve ser benéfico que a mãe possa, ela mesma, desenvolver atividades musicais. Se você teve a oportunidade de aprender um instrumento musical, pratique-o muito durante a gravidez. Caso não seja esse o seu caso, cante bastante, pois esse instrumento – a voz – está bem aí ao seu alcance: utilize-o, entre para um coral, aprenda cantigas de ninar,  cante no banheiro!
            Além de cantar, ouça também boa música. Aproveite esse período para ficar a par de boas produções musicais para criança. Muitos pais reclamam, com razão, do lixo musical que infesta os grandes meios de comunicação. Contudo, há um razoável número de CDs de boa qualidade, voltado para o público infantil, como por exemplo, toda a obra de Bia Bedran, a Coleção Palavra Cantada, entre outros. Vale a pena buscar aqueles discos de vinil que fizeram sua alegria quando pequena (Saltimbancos, Arca de Noé, Coleção Disquinho), pois a maior parte deles já se encontra remasterizada para CD. Se você se dispuser a formar um pequeno acervo, não se preocupe com o lixo que seu filho ouvirá lá fora: oferecendo outras alternativas, dentro de casa, certamente ele terá meios para uma escolha mais crítica.
            Mais tarde, depois do nascimento, faça dos momentos junto ao bebê momentos de puro prazer: cante enquanto lhe dá banho, faça brincadeiras ritmadas na troca de fralda, toque seu corpo ao ritmo da canção. E, principalmente, não abra mão das cantigas de ninar. Esqueça a conversa de que isso “põe a criança mimada”: atualmente, pediatras são unânimes em estimular esse contato. Lembre-se: criança quieta, que dorme sozinha, que não reclama companhia, nem sempre é sinônimo de criança feliz. Muitas vezes, o bebê super independente de agora, poderá vir a ser o adulto carente de amanhã.
            Caso você sinta necessidade, procure serviços especializados na musicalização de bebês. Busque informações sobre os profissionais envolvidos, assista a algumas aulas, certifique-se do tipo de trabalho desenvolvido. Mas lembre-se: não busque por aceleração de aprendizagem, pela formação precoce de virtuoses. Tenha em foco apenas a possibilidade de momentos prazerosos e estimulantes para seu bebê. Todo o resto, que poderá vir a acontecer ou não, será lucro.
            Mais tarde, por volta dos quatro, cinco anos, é comum os pais se perguntarem se não estará na hora de aprender um instrumento. É importante saber que o processo de musicalização deve anteceder o aprendizado de um instrumento específico. Em geral, as boas escolas de música desenvolvem um trabalho anterior, de vivência e sensibilização musical, para depois, quando a criança já se encontra alfabetizada, iniciar as aulas de instrumento e de leitura musical. Se esse for o seu interesse, vá em frente; caso não o seja, insista para que na escola de seu filho a música tenha espaço no currículo. Esse espaço não significa necessariamente uma aula específica de música: no caso da educação infantil, essa fragmentação do trabalho pedagógico nem é a mais indicada pelas tendências educativas mais sólidas. Esse espaço pode ser concretizado mesmo nas atividades de rotina, no repertório utilizado, nas brincadeiras musicais, na freqüência a eventos promovidos pela escola. Por outro lado, a presença de um professor especialista, um licenciado em música, pode potencializar um trabalho de qualidade, na parceria com os demais educadores: o importante é que esse trabalho não seja artificial, isolado do projeto pedagógico como um todo.
            Por fim, dois lembretes: 1) todas essas atividades e preocupações, desde os embalos para ninar até a verificação do trabalho musical da escola são da responsabilidade de mães e pais, sem exceção; 2) não descuide do repertório. Isso pode parecer difícil, mas tente utilizar a mesma tática da boa alimentação: um fast food, de vez em quando, não faz mal a ninguém, desde que a nutrição básica seja feita por meio de uma dieta balanceada, rica em verduras, frutas, cereais e proteínas. Da mesma forma, os malefícios de se ouvir música descartável na TV podem ser minimizados se, em casa, você “nutrir” os ouvidos e cérebros de seus filhos com música rica, estimulante e de boa qualidade.     
                  
Autora
Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo – USP. Profª. Adjunta da Faculdade de Educação da UFG.                   
            
Referências bibliográficas
ABRAMOVICH, F. Quem educa quem? 5a. ed. São Paulo: Summus, 1985.
CAVALCANTE, R. Música na cabeça. In: www.habro.com.br, acessado em 10 de fevereiro de 2004.
HOUAISS. Dicionário Houaiss de língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.
OSTRANDER, L. e SCHOEDER, L. Super-aprendizagem pela sugestologia. Rio de Janeiro: Record, 1978.
SHARON, B. A música na menteRevista Newsweek, 24/07/2000.
SNYDERS, G. A escola pode ensinar as alegrias da música? São Paulo: Cortez, 1992.
ZATORE e BLOOD. Música tem o mesmo endereço que sexo e comida em nosso cérebro. In: www.prometeu.com.br, acessado em 01 de outubro de 2001.

[NOTÍCIAS DIVERSAS] CONCURSO PARA JOVENS COMPOSITORES CEARENSES


Com o objetivo de estimular a produção artística, no âmbito do desenvolvimento da música de concerto no Ceará, a Associação Artística de Concertos do Ceará (AACC) está lançando o I Concurso Orcec para Jovens Compositores Cearenses. Com inscrições abertas até 31 de maio, a seleção vai oferecer aos jovens compositores cearenses a oportunidade de ter sua obra gravada, divulgada e executada pela Orcec na presente temporada de concertos.
Estão aptos a participar do concurso candidatos nascidos no estado do Ceará e residentes no Brasil com idade até 35 anos completos, na data da inscrição, salvo membros da Orcec e respectivos parentes. Os interessados devem encaminhar à AACC a ficha de inscrição preenchida, três cópias impressas da partitura confeccionada em meio digital e três cópias do áudio da obra em CD, nos formatos midi, mp3 ou wav.
Cada candidato só poderá concorrer com uma inscrição, que será subtida às fases de avaliação eliminatória e classificatória. A composição deverá ser inédita, não tendo sido estreada ou publicada até a finalização do concurso, ter duração máxima de 8 minutos, e deverá ser escrita para formação de Câmara, não poderão exceder a formação da Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho, que possui sete Violinos I, seis Violinos II, quatro Violas, cinco Violoncelos e três Contrabaixos.
Serão três as composições consideradas vencedoras, que receberão certificado da Orcec, serão gravadas no próximo CD da orquestra e lançadas oficialmente em concerto ainda na atual temporada. A banca examinadora será composta de três músicos de reconhecida competência, a serem indicados pela Comissão Artística Colegiada da Orcec.
Para o maestro Arthur Barbosa, existe uma lacuna muito grande a ser preenchida no Brasil no que diz respeito a concursos que estimulem as jovens mentes criadoras de música acadêmico-orquestral. “Na Europa e nos Estados Unidos, assim como a pesquisa cientifica é bastante incentivada, também há preocupação em dar oportunidades para que os jovens criadores de arte sejam conhecidos pelo que fazem, proporcionando, por meio de concursos e mostras, oportunidades ímpares para o fomento da criação”, destacou.
O regente, que também é compositor reconhecido internacionalmente, considera esse um caminho importante a ser seguido no âmbito da música de concerto cearense. “Nós decidimos promover o concurso para que jovens do Estado do Ceará que desenvolvem trabalhos com composição tenham uma oportunidade real de mostrar seu trabalho, sentindo-se valorizados. O Ceará, berço de Alberto Nepomuceno, Paurillo Barroso e Eleazar de Carvalho, nos brindará com novos talentos e este concurso dará oportunidade ao público de conhecer esta nova geração de artistas criadores”.
O regulamento do concurso e todo o material anexo estão disponíveis no site da Orcec (www.orquestra-ce.org.br). A Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho, sob a regência do maestro Arthur Barbosa, é uma ação da Associação Artística de Concertos do Ceará, com o apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria da Cultura (Secult).

Mais informações
AACC: 85 3252.3378
Roberto César Lima: 85 8828.6405

fonte: secultce

quinta-feira, 14 de março de 2013

segunda-feira, 11 de março de 2013

domingo, 10 de março de 2013

[NOTÍCIAS DIVERSAS] PROJETO CRIANÇA NA BANDA




Divulgação do trabalho do nosso colega e seguidor da BMJCS: Marcelo Afonso.


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Nascido de um sonho de contribuir para a melhoria da qualidade do ensino, descobrir novos talentos e resgatar o respeito e o civismo.

      O referido projeto veio para ficar pois é voltado para a comunidade, tendo seu início no ano de dois mil e oito, primeiramente com aulas teóricas e flauta doce.

      Finalmente no dia vinte e três de dezembro do mesmo ano recebeu, aprovação da CAP ( Comissão de Análise de Projetos) da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, dentro do ProAC ( Programa de Ação Cultural ), através da Lei 12268/06 onde recebe recursos para a formação de uma banda sinfônica de crianças em idade de oito a quatorze anos.

      Visando o lado da inclusão social o projeto tem alunos que integram a APAE  ( Associação de Pais e Excepcionais), que ora avançam com impressionante vontade de fazer e acompanham com muita disciplina toda a informação teórica e musical.

      Dentro do projeto os alunos recebem aulas de teoria, prática coletiva de sopros  ( banda ) e aulas coletivas de naipe.

      Criança na Banda contou com o apoio da ELEKTRO S/A, atualmente o projeto conta com a "Associação Cultural "Pró-Arte" de Tatuí e o referido projeto é um orgulho para a associação. Pois é um poderoso veículo de inclusão social, que atende as camadas mais carentes de nossa sociedade.

      Criança na Banda é composto por setenta e quatro crianças, oriundas da rede pública de ensino.

     A partir da Terça-feira (25/11/2011) estaremos em atividades na Escola Municipal do Ensino Fundamental Teresinha Vieira de Camargo sito à Rua José Bastos 126, Jardim Manoel de Abreu, Tatuí-S. Clique aqui para ver o local no mapa.



sábado, 9 de março de 2013

sexta-feira, 8 de março de 2013

DIA INTERNACIONAL DA MULHER


A BMJCS parabeniza a todas as integrantes de nossa banda, bem como as musicistas, maestrinas, alunas de todas as corporações musicais. Vocês hoje assumem seus devidos lugares em uma corporação musical, coisa que outrora não era possível, tanto pela característica marcante do militarismo nas bandas de música ou mesmo o preconceito que já urgia em algumas orquestras. Como exemplo disso temos a marcante história de Sabine Meyer, clarinetista alemã aprovada por audição na Orquestra Filarmônica de Berlim, teve sua aceitação negada pelos músicos em uma votação de 73 a 4. Uma das melhores clarinetistas do mundo, um dia negada na orquestra pelo simples fato de ser mulher!

Ficamos feliz por situações como essas terem mudado e que continuem mudando!

FELIZ DIA INTERNACIONAL DA MULHER!

quinta-feira, 7 de março de 2013

terça-feira, 5 de março de 2013

[NOTÍCIAS BMJCS] AVISO TOCATA

Avisamos que SEXTA FEIRA (08.03.2013) havera tocata da banda em comemoração ao DIA INTERNACIONAL DA MULHER. Tendo em vista essa apresentação precisaremos fazer um ensaio antes. O Ensaio será QUARTA FEIRA (06.03.2013) na Escola Jose Aloisio Aragão, as 18:00 hrs onde ensaiaremos a peça: MULHER

domingo, 3 de março de 2013